Sunday, May 18, 2008

Mais um livro

Terminei mais um livro. E esse, como mencionei antes, foi sobre historias e aprendizados inspiradores e motivantes de varias pessoas ao longo de suas vidas. Cada historia, apesar de curtinha, me tocou bastante, aprendi e me inspirei com as experiencias de uns e ate chorei junto com outros. Sao historias curtinhas com nao mais de umas 6 paginas cada uma, mas que vale muito a pena ler.

Ate agora, compartilhei algumas com voces e estou colocando as ultimas aqui, aquelas que mais me tocaram ou me inspiraram. E espero que inspirem voces tb.

"Musico por acidente" - Escrita por Kay Hickman - Texas
Sempre amei musica, especialmente musica europeia. Quando tive a oportunidade de trabalhar voluntariamente num festival famoso Irlandes em Dalas, eu fiquei super entusiasmada. Tudo que tinha que fazer era contar dinheiro por seis horas e com isso, eu ia poder entrar e estacionar de graca, ganhar uma camisa de graca e curtir um final de semana inteiro cheio de musica maravilhosa. Mal conseguia esperar.

Depois de uma longa viagem de carro, e de me cadastrar, descobri que meu "trabalho" nao ia ser tao prazeroso como esperava. Nos que contavamos dinheiro, iriamos ficar num quarto nos fundos fechado, bem longe de musica e com segurancas na porta nos vigiando pra ter certeza de que ninguem roubaria parte do dinheiro que contavamos. Passei minhas primeiras 3 horas de Sabado pensando no quanto fui burra de ter oferecido meu tempo voluntariamente pra isso, pois estava perdendo toda musica. Estava super chateada nao querendo voltar no dia seguinte. Preferiria estar limpando minha casa do que estar ali.

Enquanto eu contava uma pilha grossa de dinheiro, um homem se sentou do meu lado. Ele aparentava ter uns 80 anos de idade. Ele me disse que vinha contar dinheiro tb, mas ao contrario de mim, estava sorrindo bastante e parecia genuinamente contente por estar la. Ele tirou do bolso um walkman, colocou seus headfones e comecou a trabalhar.

"Voce ja deve ter feito isso antes", eu disse a ele depois de uns minutos. Ele tirou os headfones e ao se inclinar a mim, disse: "Sim, eu faco isso todo ano". E eu continuei: "Mas voce nao sente falta de ouvir a musica do festival enquanto esta encalhado aqui dentro?" Ele respondeu: "Eu tenho 80 anos de idade e aprendi algo recentemente que gostaria de ter aprendido ha muito tempo atras. A vida e' tao curta que devemos aproveitar cada minuto dela. O problema e' que nao todo minuto e' prazeroso. Entao se eu tenho que fazer algo que nao e' prazeroso, devo achar uma maneira de faze-lo prazeroso."

Com isso, ele colocou os headfones de volta no ouvido e continuou a trabalhar. Eu tb continuei a trabalhar, mas nao consegui tirar suas palavras da minha cabeca. E continuei a refletir sobre elas varios dias depois do festival, tentando arranjar uma maneira de encaixa-las na minha vida. A primeira coisa que fiz, tomando esse senhor como exemplo, foi andar com um walkman pra tudo quanto e' lugar que eu fosse, desde um consultorio medico ao fazer compras num shopping.

Eu passei anos indo trabalhar, cuidando de meus tres filhos, assistindo televisao e lendo jornal. Sabia que deveria existir outras coisas mais divertidas a fazer. Ja que sempre gostei de musica de acordiao, decidi em comprar um e aprender a toca-lo. Ja que nao tinha ninguem pra me ensinar, usei a interenet pra achar cancoes de outros musicos de acordiao pelo mundo afora. Quanto mais praticava, mais eu largava da televisao e parava de ler jornais.

Levei um tempo pra aprender a toca-lo bem, mas eu praticava toda noite quando chegava do trabalho. Finalmente, aprendi a toca-lo direitinho. E agora eu tenho um segundo emprego como musico de rua, o que sempre foi uma vontade minha. Eu toco simplesmente pela alegria que me traz. O que faz ser especial e' a energia que divido com o publico, um tipo de coneccao que nao recebo no meu trabalho normal. E isso e' magico!

Eu ainda penso nesse senhor que encontrei dez anos atras no festival Irlandes e no como ele me ensinou a aproveitar essa nossa vida curta. Se nao fosse por ele e aquele "trabalho" chatinho que me encalhava, eu nao estaria vivendo ou me divertindo no dia de "hoje".

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